segunda-feira, 25 de julho de 2011

Alemanha - Nurburgring

Lewis Hamilton receives the adulation of his team in parc ferme


Primeiramente, desculpas aos meus leitores (se é que eu os tenho), pela ausência na última prova da Inglaterra, que na verdade foi morna. Somente no fim a briga épica do Massa com o Hamilton pela quarta posição, na última curva tocando roda, voando pedaço de asa, foi fantástico. Mas o resto da corrida foi fraca e ainda tivemos que ver o Alonso chorão vencer, depois de um problema no pit-stop de Vettel.
Já na Alemanha, outra corridaça na temporada.
Webber largou na pole pela segunda vez no ano. Hamilton tirou uma volta a lá Ayrton Senna e colocou sua McLaren entre as duas Red Bull com Vettel em terceiro. Alonso em quarto e Massa em quinto como de praxe. Até o quarto estão os pilotos que são realmente de ponta neste campeonato. Depois do Alonso vêm os pilotos de segundo nível. Ou por que são muito mais lentos que seus companheiros de equipe ou por não ter carro para brigar, caso do Kobayashi e Petrov, por exemplo. Massa virou freguês mesmo do Alonso. Segundo piloto de fato. Mais do que quando corria com o Schumacher. Como disse Flavio Gomes, um fóssil do automobilismo open Wheel brasileiro. Quem não gosta dele, contente-se, pois pode ser o último piloto brasileiro em uma equipe de ponta.

A corrida
Webber sempre larga mal e mais uma vez perdeu a pole nos primeiros metros após a largada. Massa sempre larga bem e já estava quase em segundo nos primeiros metros após a largada. Aí, como sempre, Massa teve um excesso de zelo para não espremer o chefe da equipe Ferrari, Fernando Alonso, que quase sempre larga mal. Mas, além de ter muita sorte, Alonso sabe escolher o melhor lado da pista para se colocar na freada da primeira curva. Resultado: Massa, por fora teve que tirar o pé e perdeu as posições que tinha ganhado na largada mais o quinto lugar para Rosberg. Alonso passou Vettel (que largou mal, enfim) e se manteve em terceiro.
Lewis Hamilton gets up the inside of Mark Webber at the race start
O três primeiros ficou juntinho o tempo todo, a prova inteira, como nos ótimos anos 80 e 90. Vettel um pouco mais atrás em quarto, enquanto Felipe sofria atrás de Rosberg, nitidamente mais lento. Foi oi o momento crucial da prova para Massa. O seu engenheiro falava o tempo no rádio: passa logo este cara que estamos ficando pra trás. Repetia isso a toda volta. Massa demorou demais passar Rosberg e aí já era tarde. Só poderia brigar pelo quarto lugar, pois Vettel havia dado uma rodada e estava com problemas de freios.
Lá na frente começava a primeira rodada de pit-stops. Webber se deu bem e voltou na frente de Hamilton e Alonso e os três juntinhos continuaram. Mais atrás, vários pegas. Schumacher, Kobayashi (estes dois tem se pegado constantemente este ano), Rosberg, Petrov, Peres e até as nanicas proporcionando um bom espetáculo. Necessário dizer que os fatores pneus desgastados e asas móveis influenciaram pouco estes pegas. Foi tudo mais no braço mesmo, como antigamente. E a corrida foi eletrizante com estes pegas do começo ao fim.
Na segunda rodada de pit-stops, Hamilton foi melhor e retomou a primeira posição. Webber parou uma volta antes e Hamilton saiu dos boxes exatamente à sua frente. Webber tentou se aproveitar dos pneus frios de Hamilton para ultrapassá-lo, mas é o óbvio que Hamilton não ia deixar e fechou a porta de tudo que é jeito, se mantendo em primeiro. Alonso em terceiro.
E tome pega nas posições intermediárias. Algumas até mais acirradas como a de Jaime Alguersuari (Toro Rosso), que empurrou Nick Heidfeld (Lotus Renault) para fora, acabando com corridinha pífia que Heidfeld novamente vinha fazendo. Aliás, a Lotus Renault já dá mostras que está de saco cheio com Heidfeld e anunciou que Bruno Senna ira participar da primeira sessão de treinos livres na Hungria na próxima sexta-feira. Acho que as chances de Bruno substituir Heidfeld são grandes, afinal para quem chegou com a pecha da experiência para substituir o ótimo Roberto Kubica (acidentado em uma prova de Rally no começo do ano), está devendo muito e tomando pau do seu companheiro de equipe, o ainda novato Vitaly Petrov.
Nick Heidfeld gets airborne after running in to the back of Sebastian Buemi
Após a terceira rodada de pits, o momento mais legal da prova. Após Hamilton e Webber parar, Alonso era líder e tentou prorrogar mais a parada, mas seus pneus já estavam no bagaço. Parou e voltou exatamente à frente de Hamilton, assim como Hamilton e Webber na parada anterior. Hamilton foi pra cima e deu um lindo passão por fora no espanhol. Chupa Alonso! Hamilton é o cara. Venceu com categoria. O melhor do grid atual.
No final, mais uma vez Massa foi protagonista. Massa segurava bravamente Vettel na quarta colocação, mas ambos ainda tinham que ir para os boxes para colocar os pneus duros, por ordem do regulamento. Deixaram para última volta. Entraram juntos nos boxes. Até esqueceram-se de acompanhar Hamilton na última volta. Todas as atenções do autódromo estavam voltadas para o pit de Massa e Vettel. Aquele clima de suspense de cinema (quase pude ouvir a trilha sonora). Aí a Ferrari erra novamente, uma porca saiu voando pelo pit-lane e Massa perdeu a posição nos boxes para Vettel. O lamento não é nem pelo Massa ter perdido a posição, mas por ter acabado com uma disputa que seria épica pela quarta posição na última volta. Ah, a Ferrari mais uma vez ferrou o Massa, dirão os torcedores. Massa não seria tão prejudicado pelo 1,5 segundo a mais que ficou no Box se tivesse passado logo (nem que fosse por cima!) o Rosberg no início da corrida, como seu engenheiro insistiu no rádio.
E assim foi mais uma corrida digna dos anos 80 e 90. Com direito até a carona do Webber para Alonso (que teve que parar o carro após a bandeirada para não ficar sem combustível para análise da FIA). Parece que é proibido esta carona por questões de segurança. Mas que é legal é. Claro que o Alonso não foi punido.
Até a semana que vem na Hungria.