segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Singapore: Bonitinha, mas ordinária


Depois de duas corridonas, em Spa e Monza, a F1 desembarcou na cidade-país de Cingapura. A beleza do circuito é surpreendente. Totalmente iluminado, com prédios high-tech cobertos por iluminação de cores mutantes, me faz lembrar das pistas do filme Speed Racer. Mas eu tinha algumas dúvidas: será que esta pista, que é própria para os carros atuais (curvas em quina, de 90 graus, etc), proporcionaria disputas como nas anteriores? Vettel seria bi-campeão nesta etapa? Bruno Senna vai andar bem novamente? Massa vai pra cima do Alonso (ele anda melhor neste tipo de circuito)?
Nos treinos, algumas delas já começariam a desaparecer. Na sexta, o que mais chamou a atenção foi o inusitado fato das zebras se soltando. Imperdoável para um país extremamente rígido em organização e controle, onde até chiclete é proibido de mascar. Houve as raladas nos muros e as decolagens nas zebras também para divertir.
No sábado, normal: Vettel disparado na pole. Webber vinha andando bem em todos os treinos e ficou em segundo. Button, Hamilton e Alonso vieram em seguida na casa de meio segundo atrás dos Red Bull. Daí em diante, Massa tomou mais de um segundo de Alonso e ficou em sexto. Atrás dele, Rosberg e Schumacher, com as Mercedes e Sutil e Di Resta, com as Force India fecharam os dez primeiros. Barrichello fez um bom décimo segundo e Bruno Senna, com problemas no setup do carro ficou apenas em décimo quinto, destacando-se que enfiou mais de um segundo no seu companheiro Petrov, que ficou no Q1.


(Hamilton x Massa 1)Faltavam menos de 10 minutos para o final do Q3, quando o Kobayashi decolou na zebra e deu no muro, provocando a interrupção do treino.
No reinicio Massa saiu do Box na frente de Hamilton. Como teriam tempo para somente uma ou duas voltas rápidas, Lewis não quis perder tempo e passou quase por cima de Massa, que não gostou nada. Nem devia mesmo, afinal, tomou um segundo do Alonso.


A corrida


Vettel manteve a primeira posição e disparou. Webber, no Red Bull 2, caiu para a quarta posição. Button e Alonso ultrapassaram o australiano. Hamilton também largou mal e perdeu algumas posições. Enquanto Vettel abria um segundo e meio por volta de Button, Hamilton se recuperava de sua má largada. Passou os dois Mercedes, Schumacher e Rosberg e chegou em Massa. Depois da primeira rodada de Box, Hamilton perseguia Massa.

(Hamilton x Massa 2) Lewis pressionava Massa ferozmente e Felipe procurava fechar todas as portas possíveis. Até que Hamilton forçou por fora, não conseguiu e tocou com sua asa dianteira no pneu traseiro de Massa. Corte no pneu de Massa e asa destruída de Hamilton. Massa se arrastou até o os boxes para trocar o pneu e Hamilton conseguiu chegar mais rápido para trocar a asa.


Hamilton acabou sendo punido com um drive-trought, mas ainda assim chegou em Massa novamente e o ultrapassou, aproveitando-se de um erro de Felipe na saída de curva, onde derrapou um pouco e permitiu que Hamilton saísse mais forte. Lewis ainda chegaria em quinto no final. Massa somente em nono...
Depois, de relevante, teve o acidente do Schumacher, que subiu na Safety Car. Na relargada, Webber passou Alonso em uma linda manobra por fora (a terceira já este ano, será que o Alonso tá virando freguês do Weber?) garantindo seu lugar ao sol, quer dizer no pódio.
E acabou assim: Vettel, Button, Webber, Alonso, Hamilton (colado em Alonso), Paul Di Resta (de Force India, muito bem), Rosberg, Sutil (bem também com a outra Force India), Massa e Peres, que mesmo com acidente de Schumacher chegou na zona de pontuação.

Bruno Senna largou e chegou em décimo quinto (Petrov, seu parceiro de time chegou em décimo sétimo), brigando com um carro que não se deu bem com as ruas iluminadas de Cingapura. Bruno admitiu  que ainda necessita de mais manha de corrida. Nos treinos vem apresentado bons resultados mas nas corridas tem cometido erros típicos de falta de experiência. Já Barrichello ralou pra chegar em décimo terceiro. Continua feia a coisa na Williams.

E foi isso, uma corrida mais ou menos em uma pista muito bonita, mas muito travada. No F1 2011, no PS3, eu pulo na frente na largada e ninguém me passa. Pois ela é assim: bonitinha, mas ordinária (putz! Que falta de criatividade).


Hamilton x Massa 3

Pois é. Teve mais de Massa e Hamilton. Depois da corrida Hamilton estava dando entrevista para a TV inglesa quando Massa chegou deu dois tapas nas costas de Hamilton e disse: Good job man! Good job! Mas ficou só nisso.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

GP da Itália 2011 - Roda à roda

O GP da Itália é uns dos mais antigos de toda a temporada. Monza é de uma época que precede a própria F1. Desde 1922, sedia o Grande Premio da Itália, quando a F1 era conhecida ainda como Grand Prix Championship. Até a década de 60 a pista de Monza era uma mistura de misto e oval, onde os caras atingiam velocidades absurdas. Cenas fantásticas foram rodadas lá para o filme Grand Prix (até hoje uns dos melhores filmes sobre automobilismo já feito). Recomendo assistirem.
O GP de Monza deste ano foi cercado de muita expectativa. Com suas longas retas e o uso da asa móvel, era de se esperar muitas ultrapassagens.  Alguns jornalistas especializados disseram que em Monza o uso da asa móvel não faria tanta diferença, pois os carros usam quase nada de asa.  Já preconizavam uma corridinha chata com poucas e óbvias ultrapassagens. Mas acho que se esqueceram de consultar os pilotos. Nos treinos alguns carros beiraram os 350 Km/h no final da reta dos boxes, mostrando que dava para aproveitar o vácuo. Vettel fez a pole (a de número 25, à frente de Piquet e Stewart) de forma sádica, enfiando meio segundo nele mesmo, que já tinha o melhor tempo. Hamilton conseguiu o segundo no braço mais uma vez. Button em terceiro e Alonso em quarto. Webber, fraco como sempre, em quinto e Massa em sexto. Petrov desta vez foi mais rápido que Senna e ficou em sétimo. Schumacher mais uma vez na frente de Rosberg, e Bruno Senna fechando os 10 primeiros.  Bruno não marcou tempo no Q3. Preferiu ter  o direito de escolher largar com pneu novo e duro. Rubinho ficou em décimo terceiro “struggle like a pig”como ele costuma dizer.
Desde a largada, a corrida foi muito agitada e com ótimos pegas. Alonso, motivado, enfim conseguiu largar muito bem e tomou a liderança, oferecendo um brilhareco para os Tifosi da Ferrari que inundam o autódromo todo ano. Hamilton largou mal e perdeu a posição para Alonso assim como Vettel. Massa largou bem e se aproveitou da má largada de Button e Webber para assumir a quarta posição. Schumacher também jantou os dois e quase passou o Hamilton, mas conseguiu passar o Massa no meio da chicane. Atrás o Liuzzi fez o strike em Petrov e Rosberg. Rubinho entrou sozinho no meio da batida (!?) e ficou parado. Bruno Senna largou mal, de certo com medo de repetir a cagada da corrida de Spa. Pelo menos escapou da confusão, mas caiu lá pra trás. SC na pista.
Na re-largada, Hamilton vacilou e Schumacher passou. Vettel começou a pressionar Alonso ferozmente e Webber tentava passar Massa por fora na freada da chicane. Espalhou, foi pra cima da zebra e na volta acertou a traseira da Ferrari de Massa, fazendo-rodar. Webber quebrou o bico e passou reto bisonhamente na curva Parabólica. Um pouco mais à frente, Vettel meteu por fora do lado de Alonso no curvão feito com pé embaixo, logo depois da primeira chicane. Alonso o empurrou para fora, mas o alemão não se intimidou, botou duas rodas na grama, quase batendo roda com o Alonso e freou lá dentro da segunda chicane, assumindo a ponta.
Mais atrás Hamilton travava um duelo com Schumacher daqueles que sempre será lembrado e relembrado no youtube como uns dos maiores pegas da história. Ok, menos talvez, mas foi animal. Hamilton tentava passar Schumacher de todo lado desesperado. Chegou a ultrapassá-lo na freada da Chicane, mas o Heptacampeão (que usava uma asa que era quase a metade da asa da Mclaren) deu o troco no curvão de pé embaixo, onde Vettel passou Alonso. Button vinha chegando e não só passou Hamilton, se aproveitando de um erro do companheiro, como passou
Schumacher por fora na freada da segunda chicane.
As posições se mantiveram mais ou menos assim até o final.
Mas teve outros pegas como do Alonso com Button, Bruno com Buemi (que fez o Alesi quase arrancar os cabelos e o Galvão soltar outro “ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai”), com uma bela ultrapassagem do brasileiro no final (sim, bela por que foi na raça, freando lá dentro na primeira chicane) e do Hamilton pressionando o Alonso até a última volta. Mas o espanhol é foda. Conseguiu segurar o terceiro lugar no pódio. Button, em outra excelente corrida de recuperação (está se tornando sua especialidade) chegou em segundo e o Bicampeão Vettel comemorou a sua oitava vitória na temporada. Desconfio que já pintaram o número um no seu carro do ano que vem.
Schumacher, depois de lutar (e se divertir) muito chegou em quinto. Massa foi sexto. Bruno Senna marcou seus primeiros dois pontos na F1 em nono. E mostrou uma evolução que corrobora o que eu disse sobre alguns posts abaixo.
Enfim, Barrichello mais uma vez ficou fora dos pontos.
A corrida foi muito boa, contrariando a “imprensa especializada” e mostrou que Monza pode também mostrar que tem “cujones". Apesar da simplicidade do traçado exige muita perícia e sangue frio para frear o mais dentro possível e atropelar as zebras.
Agora é preparar a comemoração do Vettel em Cingapura no próximo fim de semana. O local da festa, dizem, já está reservado.

 

GP da Bélgica – Magic Spa!!!


O GP da Bélgica neste ano evidenciou o que há de melhor no automobilismo: desafios em alta velocidade. Os circuitos de Hermann Tilke são bons para os carros atuais, que fazem curvas, digamos, quadradas (?). Pois é, quadradas! Nos circuitos novos, com muitas curvas em 90 graus, quinas e seções de semi-retas (nossa parece aula de geometria) são feitos para os carros atuais que funcionam melhor quando só tem que frear forte, jogar o carro em cima da zebra e sair acelerando o mais breve possível. Não apresentam curvas longas, que começam abertas e fecham de repente, ou o contrário. E é em pistas assim, como a de Spa e Interlagos (esperem pela melhor corrida no ano em Interlagos!) que os bons pilotos prevalecem.
Depois da impressionante classificação do Bruno Senna no sábado, classificando-se em sétimo à frente de Fernando Alonso (chupa, Alonso!), Bruno Senna cometeu um erro até que esperado na largada. Sem experiência com o carro pesado, largou um pouco mal, se empolgou, deixou pra frear muito tarde, fritou os pneus na freada e deu no meio do Alguersuari. Este tocou no Alonso e quebrou a roda dianteira esquerda de seu Toro Rosso, abandonando a corrida de imediato, depois de alcançar a melhor classificação de grid (sexto, ao lado do Bruno Senna) na F1. Bruno quebrou a asa, levou um drive-through e fudeu sua corrida toda. Mas não apaga o seu belíssimo desempenho no geral. Alonso, sortudo como sempre, nada sofreu e continuou na corrida. Continuou mas tomou pau de todo mundo. A ultrapassagem que tomou do Webber, que é fraco em disputa, foi a mais bonita do ano (é a foto que ilustra este post lá em cima). Na confusão, Rosberg pulou na ponta seguido de Vettel, Webber, Massa, Alonso e Button. As Red Bull estavam com bolhas nos pneus devido ao uso de uma cambagem excessivamente negativa. Pararam logo no início. Na volta Alonso estava na frente e foi surrado por eles. Antes Alonso passou Felipe (freguês) e trouxe consigo o Rosberg.
E o pau comendo! O esquema era subir a Eau Rouge colado no carro da frente, abrir a asa na reta Radillon e deixar pra frear lá no Deus me livre. Mas houve muitos pegas no miolo do circuito também, sem a ajuda da asa móvel. Foram várias durante a corrida inteira, em disputas apertadíssimas, roda a roda, a menos de um fio de cabelo um do outro. Pilotar assim no limite sem tocar ou bater é foda. Lindo de se ver. É impressionante como as disputas na F1 atual são parecidas com aquelas que travamos nos games. Os caras perderam o medo e estão indo pra cima, botando de lado e seja o que Deus que quiser. Até o Webber, mandou bem pra cima do Alonso.
 Alonso saía dos boxes a toda velocidade e atrás vinha o Webber abrindo a volta. Alonso tentou sair fechando o Webber, mas o australiano (que, repito, sempre foi fraco na hora do pega pra capar) não quis nem saber. É isso. Bota de lado, entra junto na curva. Alguém tem que tirar o pé. Se não bate. E o Alonso afinou. Foi linda a ultrapassagem.
No fim o bi-campeão Vettel (sim, já era) venceu mais uma (a sétima em 12 disputadas) e caminha tranqüilo para mais um caneco. Resta aos outros as disputas e os pegas que se divertem o público diverte ainda mais os pilotos.  

Bruno Senna


Em Spa, o que vimos no fim de semana, com treinos em baixo de chuva, foi uma grata surpresa. Sem recorrer àquela ladainha brega da Globo (um Senna, em uma Lotus negra... e biriri, boróró), Bruno Senna realmente mandou muito bem na classificação do GP da Bélgica. Na chuva, os bons pilotos conseguem aparecer, pois é quando o ele tem que provar ter maior controle do carro, onde o equipamento conta um pouco menos e prevalece o talento. Ser mais rápido que seu companheiro de equipe, mais experiente, o russo Vitaly Petrov, já foi bom. Mas ficar à frente do Alonso, foi mais que bom. Tenho mais de trinta de anos de fanatismo, acompanhando a F1 e me sinto seguro em dizer, sem ufanismos: Bruno Senna pode ser o próximo piloto brasileiro vencedor na F1.
Ainda é cedo para dizer, mas mesmo o mais cético há que dar o braço a torcer. Bruno Senna tem muito pouca experiência em carros de corrida. Quando seu tio morreu, ele ainda brincava de kart, sem sequer estar ainda competindo de verdade. Com o choque, a família o convenceu a esquecer a carreira de piloto. Ele então ficou mais de 10 anos parado, até voltar a correr na F-BMW, em apenas algumas corridas. Alguns resultados aceitáveis, para quem estava parado há tanto tempo, e logo se mudou para a respeitada F3 Inglesa em 2005. Lá ele começou a surpreender. Apesar de alguns erros, normais para sua pouca experiência, ele venceu corridas e foi relativamente bem o campeonato inteiro. No ano seguinte, um excelente início. Venceu as três primeiras provas da temporada de F3 daquele ano. Mas a falta de experiência fez com que ele caísse de produção, cometendo alguns erros e tendo problemas para acertar o carro. Ficou em terceiro lugar na classificação. Em 2007 subiu para a GP2, último degrau antes da F1. Venceu corridas também, mas foi em 2008 que ele se estabeleceu. Disputou o título e a sua maior vitória foi em Mônaco, na preliminar da F1. Chegou ao vice-campeonato. Pronto.  Seu nome já estava cogitado em várias equipes (pequenas é verdade).
Em 2009, Bruno estava muito próximo de fechar um contrato com a Honda para substituir o Barrichello. Fizeram um teste entre o Bruno e o Lucas di Grassi. Senna foi o mais rápido e ficou a apenas dois décimos do melhor tempo do piloto oficial Jenson Button. Mas a Honda decidiu se pirulitar da F1 e a equipe se tornou Brawn GP, comandava pelo ex-chefe de Rubinho na Ferrari, Ross Brawn. Que preferiu a experiência de Barrichello em detrimento ao nome Senna que era favorito da Honda. O final todos já sabem, a Brawn fez um carro surpreendente, com o famoso difusor duplo e Button foi campeão e Barrichello perdendo a maior chance de sua vida de ser campeão.
Após um ano parado, fazendo corridas esporádicas aqui e ali, com maior destaque para uma participação nas 24 Horas de Le Mans em 2009, Senna estreou na F1 em 2010. Pela porta dos fundos. A sua equipe, Hispania, não tinha a menor condição de competir na F1. Chegava a ser mais lento que alguns carros da GP2. Portanto um ano que não conta.
Em 2011, fechou contrato com a Renault-Lotus-Genii - que estreava pintura nova inspirada na Lotus Negra JPS de antigamente, como terceiro piloto. Os titulares eram Petrov e Kubica. Mas quis o destino que Kubica se acidentasse em uma prova de Rally na Itália no começo do ano, antes do início da temporada. Alguém precisa substituí-lo. Na insegurança de promover Bruno, contrataram o fraco, mas experiente, Nick Heidfeld (eu sempre disse que ele era fraco). No início, com um pódio na segunda prova todos aclamaram a decisão da Renault como certa. Mas ao longo da temporada Heidfeld, como sempre entregou.
Por tudo isso, por sua carreira meteórica, por toda a pressão que sofre por seu sobrenome, pela sua falta de experiência, mas principalmente pela sua raça e determinação (talvez a maior herança genética de seu tio) é que eu acredito que ele vai chegar lá. Basta que o lado comercial caminhe junto com sua competência, ou seja, tem que saber se vender. Infelizmente a F1 não tem mais espaço para pilotos puros. Tem que ter um lado comercial.
Vamos esperar para ver. Não o comparo ao Hamilton e Vettel, ainda, mas acredito que ele tem esse potencial. 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Alemanha - Nurburgring

Lewis Hamilton receives the adulation of his team in parc ferme


Primeiramente, desculpas aos meus leitores (se é que eu os tenho), pela ausência na última prova da Inglaterra, que na verdade foi morna. Somente no fim a briga épica do Massa com o Hamilton pela quarta posição, na última curva tocando roda, voando pedaço de asa, foi fantástico. Mas o resto da corrida foi fraca e ainda tivemos que ver o Alonso chorão vencer, depois de um problema no pit-stop de Vettel.
Já na Alemanha, outra corridaça na temporada.
Webber largou na pole pela segunda vez no ano. Hamilton tirou uma volta a lá Ayrton Senna e colocou sua McLaren entre as duas Red Bull com Vettel em terceiro. Alonso em quarto e Massa em quinto como de praxe. Até o quarto estão os pilotos que são realmente de ponta neste campeonato. Depois do Alonso vêm os pilotos de segundo nível. Ou por que são muito mais lentos que seus companheiros de equipe ou por não ter carro para brigar, caso do Kobayashi e Petrov, por exemplo. Massa virou freguês mesmo do Alonso. Segundo piloto de fato. Mais do que quando corria com o Schumacher. Como disse Flavio Gomes, um fóssil do automobilismo open Wheel brasileiro. Quem não gosta dele, contente-se, pois pode ser o último piloto brasileiro em uma equipe de ponta.

A corrida
Webber sempre larga mal e mais uma vez perdeu a pole nos primeiros metros após a largada. Massa sempre larga bem e já estava quase em segundo nos primeiros metros após a largada. Aí, como sempre, Massa teve um excesso de zelo para não espremer o chefe da equipe Ferrari, Fernando Alonso, que quase sempre larga mal. Mas, além de ter muita sorte, Alonso sabe escolher o melhor lado da pista para se colocar na freada da primeira curva. Resultado: Massa, por fora teve que tirar o pé e perdeu as posições que tinha ganhado na largada mais o quinto lugar para Rosberg. Alonso passou Vettel (que largou mal, enfim) e se manteve em terceiro.
Lewis Hamilton gets up the inside of Mark Webber at the race start
O três primeiros ficou juntinho o tempo todo, a prova inteira, como nos ótimos anos 80 e 90. Vettel um pouco mais atrás em quarto, enquanto Felipe sofria atrás de Rosberg, nitidamente mais lento. Foi oi o momento crucial da prova para Massa. O seu engenheiro falava o tempo no rádio: passa logo este cara que estamos ficando pra trás. Repetia isso a toda volta. Massa demorou demais passar Rosberg e aí já era tarde. Só poderia brigar pelo quarto lugar, pois Vettel havia dado uma rodada e estava com problemas de freios.
Lá na frente começava a primeira rodada de pit-stops. Webber se deu bem e voltou na frente de Hamilton e Alonso e os três juntinhos continuaram. Mais atrás, vários pegas. Schumacher, Kobayashi (estes dois tem se pegado constantemente este ano), Rosberg, Petrov, Peres e até as nanicas proporcionando um bom espetáculo. Necessário dizer que os fatores pneus desgastados e asas móveis influenciaram pouco estes pegas. Foi tudo mais no braço mesmo, como antigamente. E a corrida foi eletrizante com estes pegas do começo ao fim.
Na segunda rodada de pit-stops, Hamilton foi melhor e retomou a primeira posição. Webber parou uma volta antes e Hamilton saiu dos boxes exatamente à sua frente. Webber tentou se aproveitar dos pneus frios de Hamilton para ultrapassá-lo, mas é o óbvio que Hamilton não ia deixar e fechou a porta de tudo que é jeito, se mantendo em primeiro. Alonso em terceiro.
E tome pega nas posições intermediárias. Algumas até mais acirradas como a de Jaime Alguersuari (Toro Rosso), que empurrou Nick Heidfeld (Lotus Renault) para fora, acabando com corridinha pífia que Heidfeld novamente vinha fazendo. Aliás, a Lotus Renault já dá mostras que está de saco cheio com Heidfeld e anunciou que Bruno Senna ira participar da primeira sessão de treinos livres na Hungria na próxima sexta-feira. Acho que as chances de Bruno substituir Heidfeld são grandes, afinal para quem chegou com a pecha da experiência para substituir o ótimo Roberto Kubica (acidentado em uma prova de Rally no começo do ano), está devendo muito e tomando pau do seu companheiro de equipe, o ainda novato Vitaly Petrov.
Nick Heidfeld gets airborne after running in to the back of Sebastian Buemi
Após a terceira rodada de pits, o momento mais legal da prova. Após Hamilton e Webber parar, Alonso era líder e tentou prorrogar mais a parada, mas seus pneus já estavam no bagaço. Parou e voltou exatamente à frente de Hamilton, assim como Hamilton e Webber na parada anterior. Hamilton foi pra cima e deu um lindo passão por fora no espanhol. Chupa Alonso! Hamilton é o cara. Venceu com categoria. O melhor do grid atual.
No final, mais uma vez Massa foi protagonista. Massa segurava bravamente Vettel na quarta colocação, mas ambos ainda tinham que ir para os boxes para colocar os pneus duros, por ordem do regulamento. Deixaram para última volta. Entraram juntos nos boxes. Até esqueceram-se de acompanhar Hamilton na última volta. Todas as atenções do autódromo estavam voltadas para o pit de Massa e Vettel. Aquele clima de suspense de cinema (quase pude ouvir a trilha sonora). Aí a Ferrari erra novamente, uma porca saiu voando pelo pit-lane e Massa perdeu a posição nos boxes para Vettel. O lamento não é nem pelo Massa ter perdido a posição, mas por ter acabado com uma disputa que seria épica pela quarta posição na última volta. Ah, a Ferrari mais uma vez ferrou o Massa, dirão os torcedores. Massa não seria tão prejudicado pelo 1,5 segundo a mais que ficou no Box se tivesse passado logo (nem que fosse por cima!) o Rosberg no início da corrida, como seu engenheiro insistiu no rádio.
E assim foi mais uma corrida digna dos anos 80 e 90. Com direito até a carona do Webber para Alonso (que teve que parar o carro após a bandeirada para não ficar sem combustível para análise da FIA). Parece que é proibido esta carona por questões de segurança. Mas que é legal é. Claro que o Alonso não foi punido.
Até a semana que vem na Hungria.  

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Valência

Sebastian Vettel celebrates victory

Pode uma temporada de F1 dominada por um só piloto ser boa? Pode. Tanto pode que vem sendo este ano. Desde a primeira prova vimos grandes duelos e muitas ultrapassagens. Umas mais artificiais (quando o cara passa no meio da reta e faz a freada sem esforço, por conta da asa móvel), outras mais disputadas, por fora, travando roda, enfim, a temporada está sendo boa neste sentido. Mas ainda existem pistas como de Valência e pilotos como Webber, Massa e Alonso.
“Ah, mas o Alonso passou o Webber!”. Sim, passou. Mas depois ficou lá andando rápido, mas sem chegar perto do Vettel. E convenhamos, o Webber é fraco no duelo. Massa largou muito bem como sempre. Como sempre ficou para trás depois. A reta dos boxes é longa com uma curva leve à direita, no meio. Então se um piloto larga mal, como o Alonso sempre larga (com exceção de Barcelona), ele ainda tem chances de se recuperar até a primeira freada. Acho que o Massa devia jogar mais F1 no PS3. Eu sabia que na primeira curva, na largada, a melhor opção é ir por fora, como fez o Alonso. O Massa pulou para terceiro logo nos primeiros dez metros e tentou por dentro do Webber na freada para tentar a 2ª posição. Se tentou, por que não foi? Colocasse o carro do lado e deixasse o Webber (que como eu já disse é fraco em duelo) esparramar-se para cima do Alonso que, aliás, deve ter jogado o F1 no PS3 e passou o Massa sorrateiramente por fora. Como sempre faço no PS3. Mas isto não é videogame, dirão vocês. Em primeiro lugar não chame de videogame e sim simulador, por favor. Em segundo quem é fã de F1 e joga (bem) este jogo sabe do que eu estou falando. Até os pilotos profissionais concordam comigo. Mas isto é assunto para outro post.
Sebastian Vettel leads into turn two at the start
A corrida até que teve alguns duelos, como as curvas roda a roda do Schumacher com o Maldonado (já começa a preocupar o Rubinho este rapaz) e com o Petrov, de Kobayashi, Rubinho, Petrov e Alguersuari e Di Resta brigando, travando roda como numa corrida de kart, a ultrapassagens mais ou menos do Alonso sobre o Webber e só. Para uma temporada como esta a corrida foi bem chata. Depois de Mônaco achei que não teria mais corrida sem graça. Mas esta foi de dar sono. Ainda acho que é culpa dos pilotos. Se o Hamilton não tivesse errado na largada talvez as disputas pelas primeiras posições fossem mais interessantes.
Michael Schumacher clips his front wing against Vitaly Petrov's Renault
 Aliás, e as McLaren hein? Tão tomando pau das Ferrari. Acho que as limitações no mapeamento do motor (tem que ser o mesmo para classificação e corrida, a partir desta prova) afetaram mais a McLaren do que a Red Bull. Hamilton conseguiu a terceira posição no grid no braço. Já Button foi mal o fim de semana todo. Não houve tática que o ajudasse desta vez. Na última corrida toda a imprensa ficou incensando o piloto inglês devido a sua vitória no Canadá. Eu disse na ocasião que foi muito mais sorte do que qualquer outra coisa. Nenhum piloto é excepcional somente em algumas provas. Isto o Massa e o Rubinho também já foram. Tem que ser como Vettel. Ser excelente sempre. Mesmo Vettel ainda não é gênio. Faltam umas corridas heróicas, de recuperação, passando todo mundo. Mas confesso que torço para que isto aconteça.
No resto, a Mercedes como sempre caiu muito de produção na corrida, a Williams demonstra uma pequena melhora (Maldonado evoluiu mais que o time), a Renault desceu e se juntaram a Sauber, Force Índia, Williams e Toro Rosso. Sem Kubica, a equipe não consegue tocar o desenvolvimento do carro. Heidfeld está ameaçado. Consta que foi chamado visando o desenvolvimento do carro, pela fama de bom acertador de carro que tem. Mas o alemão não tem correspondido nem neste quesito. Todos os pilotos que tiveram esta como qualidade principal, não chegaram a lugar algum. Deviam ser mecânicos e projetistas então. Acho que está na hora de testar o Bruno Senna. Pelo menos tem mais personalidade que Heidfeld.
Como li no blog do jornalista Victor Martins, uma corrida onde o Kobayashi não andou bem e foi apagado não pode ter sido boa.
Ainda bem que a próxima prova, em Silverstone, tem tudo para ser diferente. 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Montreal Race Day

 Os pilotos da F1 de hoje já podem ser comparados com os grandes do passado. Pelos menos Vettel, Hamilton, Button e Kobayashi e, vá lá, o Alonso e Massa de vez em quando. Mas ainda não estão no patamar de gênios como Senna, Prost, Piquet, Gilles Villeneuve ou Jim Clark.
 A corrida de ontem foi eletrizante. Vettel sempre na frente, mas numa corrida com tantos safety cars e chuva, tudo pode acontecer. E aconteceu. Vettel errou na última volta. Para sorte de Button, pois acho que ele não passaria.  Se o Button fosse brasileiro, hoje só se estaria falando nisso.  Ele foi muito ajudado pelos SC, mas correu com extrema inteligência e pitadas de agressividade. Como nos lances com Alonso e Hamilton. Com o Hamilton acho que não foi na maldade, mas também acho que o Hamilton não errou. Saiu colado e com mais velocidade. Creio que qualquer outro piloto macho faria o mesmo. Já contra o Alonso acho que ele foi para o foda-se. E como foi contra o Alonso, foda-se mesmo. Button venceu com seis paradas nos boxes. Já tinha visto o Schumacher ganhar uma prova na França em 2004 com quatro pit-stops, nos tempos de Ferrari, mas seis é impressionante. Por falar nele, o alemão voltou à velha forma ontem. Fez uma corrida agressiva e merecia o pódio. Cheguei a torcer por ele, confesso. Webber também fez outra excelente corrida de recuperação, depois que foi tocado por Hamilton (normal de corrida) na largada. Ele e Button passaram Schumacher na reta por causa da asa móvel, se não, acho que não passariam.
Mas o pega mais legal da corrida foi do Kobayashi x Massa. Eles se pegaram durante quase toda a segunda parte da corrida (lembrando que a corrida teve que ser interrompida durante duas horas por causada chuva). Numa destas disputas, Kobayashi deu uma escorregada na terceira chicane e o Massa pôs por fora. Lado a lado, os dois ficaram mais lentos que Schumacher que não perdoou e passou os dois de uma vez. Na sequência Massa passou Kobayashi. Massa enfim andou melhor que o Alonso durante toda a corrida. Poderia até disputar a vitória com Vettel no final, pois estava à frente de Button, mas a falta de estrela de campeão o fez bater ao desviar de um retardatário. Como estava de pneus para seco, derrapou ao sair do trilho. Teve que e ir para os boxes trocar o bico. No começo da prova Massa pressionou Alonso. A Ferrari deveria falar para o Alonso no rádio: “Massa is faster than you. Copy the Message?”. Mas sabemos que quem manda lá é o Alonso (manda até no fraco chefe de equipe Domenicalli). 
Mas o melhor da corrida foi o grand finale. Massa babando atrás do Kobayashi na última volta. Chega a chicane antes da reta de chegada. Massa faz um pouquinho mais rápido, embute atrás do Koba e tira de lado quase raspando sua asa no pneu do japonês. Os dois lado a lado na reta final, os dois com motor Ferrari. Deu Massa por 0:00:045, uns dois ou três dedos na frente. Animal. Massa chegou a passar reto depois no final da reta. Isto tudo por um sexto lugar. Isto é a essência do automobilismo. Brigar até o último metro, nem que seja pela penúltima posição.
Junto com o erro do Vettel, que permitiu a vitória do Button, esta ultrapassagem do Felipe nos últimos centímetros foi a cereja do bolo de um final épico de mais uma corridaça histórica.
Daqui a muitos anos lembraremos com saudade desta temporada de 2011. Tomara que não.

Cadê a corrida?


2031 em um boteco da vila madalena: - E aí, tá assistindo F1 ainda? 
-Bom ainda assisto por que sempre fui fã, mas sinto saudades da época do Hamilton, Vettel, Kobayashi, Button, Massa... 
-Ah, eu não assisto desde que o Senna morreu. Eu ainda era muito jovem, mas me lembro. Depois do Rubinho desisti de acompanhar. Hoje não tem nem brasileiro correndo, só passa na TV paga...
- É por esse pensamento que nunca mais o Brasil teve um piloto campeão de F1...
Infelizmente este pode ser o nosso cenário no automobilismo daqui a vinte anos. 
A F1 apresenta uma das melhores temporadas da história e o povo brasileiro não tá nem aí. "Ah, mas o Massa e Rubinho não ganham nada” dizem uns, "Depois que o Senna morreu..." dizem milhões de outros. E daí? Ver Vettel, Hamilton e Kobayashi correndo vale tanto quanto ver um piloto brazuca vencendo. Temos que aprender que não é só no Brasil que existem talentos. Nem no futebol. Veja Messi, Zidane, Cristiano Ronaldo, só para citar os mais recentes. 
A verdade é que brasileiro gosta mesmo é de torcer e não do esporte. Gosta de oba-oba, de festa, de bebemorar. Por isso nós, que ainda somos fã de automobilismo e não só torcemos por brasileiros, sofremos com a falta de atenção da mídia brasileira para o esporte (a globo poderia ter passado o resto da corrida no Sportv).

sábado, 11 de junho de 2011

Montreal 2

Alonso em 2º e Massa em 3º no grid amanhã.  A Ferrari realmente está bem para corrida em Montreal.  Melhor até do que em Mônaco. Pode até lutar pela vitória. E desta vez realmente a Ferrari toda foi bem, pois o Massa ficou um pentelhésimo de segundo apenas atrás do Alonso. Mas a cara com que o Massa desceu do carro deixa dúvidas. Obviamente ele acreditava que poderia ser mais rápido que e o Alonso, mas Massa sempre larga bem e largará do lado limpo da pista. Grande oportunidade de pular na frente. Então por que a cara de decepção?  Se bem conheço a Ferrari, pode ter havido alguma determinação da equipe para evitar o confronto direto entre os seus pilotos. Ou seja, ele não poderia atacar o Alonso na largada e por isso ficou decepcionado, pois queria largar na frente do espanhol. Apesar disso Massa tem mais é que ir pra cima do Alonso e foda-se. Para o seu próprio bem e para F1 também.
Mark Webber não conseguiu treinar de manhã devido a um problema no KERS do seu Red Bull, mas conseguiu ao menos ficar em 4º na frente das duas McLaren. McLaren que foi uma decepção, com Hamilton em 5º e Button somente em 7º. Mas, como eu já disse, melhor assim. Tomara que Hamilton esqueça as críticas e vá pro ataque. Outra decepção foi a Mercedes. Andou bem nos treinos livres (Rosberg chegou a liderar na sexta de manhã) e voltou a seu lugar na classificação, ficando Rosberg em 6º e Schumacher em 8º. As Lotus Renault fecharam os dez primeiros com Heidfeld superando Petrov, enfim. Achei que o Paul di Resta (Force India) ou o Kobayashi (Sauber) pudesse tomas a vaga de alguém nos top 10, mas ficou só na expectativa.
A previsão para corrida amanhã é de chuva. Não sei se é bom ou ruim, pois a corrida seria boa no seco também, mas com chuva pode ser boa ou apenas um festival de batidas e rodadas. Vamos ver.
Ops, não falei quem fez a pole. Precisa? 


Sebastian Vettel leads Rubens Barrichello on super-soft tyres

24 Heures du Mans

Como pude me esquecer das 24 horas de Le Mans? Uma das mais tradicionais prova de automobilismo está acontecendo hoje e logo nas primeiras horas de prova houve uma bagaçada violenta do escocês Allan McNish do Audi nº 3. Acelerando tudo para tentar chegar em seu companheiro de equipe que estava em primeiro, ele bateu na Ferrari 458 de Antoine Beltoise, que era retardatário, quando tentava ultrapassá-lo no esse da Dunlop. Bateu de lado na Ferrari e foi para as barreiras de pneus, onde bateu e capotou. Quase que o carro vai para a arquibancada. Pedaços de carro voaram para tudo que é lado e não sei como não acertou os fiscais de pista e os fotógrafos que estavam atrás da barreira de pneus. Vejam no vídeo abaixo. Caraca!
A corrida segue e a Audi, que colocou três carros entre os cinco primeiros do grid, segue liderando em primeiro e segundo. O terceiro era o McNish. 
Franca favorita a Audi venceu nove das últimas 12 edições da prova.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Montreal 1

Sempre me perguntam por que eu assisto aos treinos livres da F1. Para quem é fã da F1, só de ver um carro da categoria andando já emociona. Mas, além disso, é nos treinos livres onde começamos a identificar como carro está andando, qual setup está dando mais resultados, com que tipo de pneu cada carro está mais rápido, etc. Mas é também nos primeiros treinos, com a pista ainda suja e sem borracha e com os pilotos ainda buscando o melhor acerto é que acontecem as rodadas, as traseiradas e os passeios pela grama por perda do ponto exato de frenagem. Nos treinos classificatórios e na corrida os carros já estão com o acerto no máximo e os erros são menos frequentes.
E hoje houve tudo isso no Canadá. Por ser uma pista praticamente de rua (fica dentro do parque, ao lado de onde foram disputadas as regatas das olimpíadas de 1976), quase não há área de escape. Se escapar dá no muro. Foi o que aconteceu com Vettel, Sutil, Kobayashi e D'Ambrosio.
Vettel deu no muro dos campeões (que tem esse nome por alguns campeões mundiais já bateram em anos anteriores, os mais recentes Schumacher e Jacques Villeneuve), na entrada da reta dos boxes. Foi o primeiro, logo de manhã. Parece que seu Red Bull não rendia muito com os pneus macios amarelos e ele forçou. Escapou de traseira na primeira perna da chicane e foi de frente no muro. Igualzinho acontece no game F1 2010 (quem joga sabe do que eu tô falando). Sutil (Force India) já no treino da tarde bateu estranhamente na segunda perna da chicane 3, na Pont de La Concorde. Parece que seu carro deu uma apagada e ele escapou de frente. Depois foi o Kobayashi (Sauber). Igual ao Vettel de manhã, mas na chicane 2. Treino interrompido. Treino reiniciado e o Jerôme D'Ambrosio (Marussia-Virgin) ficou com inveja do Kobayashi e bateu no mesmo ponto de forma muito parecida.
Fora isso, foi um festival de finas nos muros e traseiradas de prender a respiração. O Massa foi protagonista de várias delas. É lindo ver um F1 escapar de traseira, lamber o muro e o piloto controlar. A mais linda foi a do Kovalainen, da Lotus verde. O carro ficou quase totalmente de lado e também lambeu o muro onde já haviam batido Kobayashi e D'Ambrosio.
Já em relação aos tempos, a Ferrari confirmou a expectativa. Com os pneus macios amarelos (os times chegaram a testar um composto médio com as letras brancas no logo da Pirelli) Alonso ficou em segundo de manhã, atrás de um surpreendente Rosberg (Mercedes), com Felipe em quarto. Á tarde o espanhol andou muito e, já com os pneus super macios vermelhos, ficou em primeiro. Com uma pilotagem agressiva e eficaz dominou praticamente toda a sessão. Massa também andou bem, ficando em terceiro, mas como sempre meio segundo atrás do Alonso. A cada dia Massa demonstra que está ficando para trás dentre os pilotos de ponta como Alonso, Hamilton, Button e Vettel. Hoje ele está competindo com Webber e com as Lotus Renault. Massa é um piloto agressivo, capaz de lindas manobras e ultrapassagens, mas não consegue ser rápido como Alonso, Hamilton e Vettel. Destes, para mim, o Hamilton é o melhor. Mas ficou só em 4º hoje com Button em 5º. Além dos principais, teve o Paul di Resta, que colocou seu Force India numa excelente 6ª colocação (a Force India sempre anda bem em circuitos com longas retas) a Mercedes despencou à tarde, a Williams mostra recuperação com o Barrichello ficando em 10º e o venezuelano Pastor Maldonado em 12º, a Lotus Renault ficou com Petrov em 8º e Heidfeld em 9º correndo sob pressão (porque não colocam logo o Bruno Senna para correr? Na GP2 ele corria junto com o Petrov e andava na frente dele). Sempre achei o Heidfeld um piloto fraco.
O fato curioso do dia foi a substituição do mexicano Sergio Pérez (Sauber) pelo espanhol Pedro de La Rosa que corria em seu lugar no ano passado.  Pérez, que sofreu aquele grave acidente nos treinos de Mônaco na semana retrasada, não se sentiu bem após o treino da manhã e não vai correr no Canadá. O engraçado é que de La Rosa é piloto reserva da McLaren e, portanto treinou e correrá com o macacão da McLaren. É como se um jogador reserva do Corinthians fosse convidado para substituir alguém no Palmeiras e usasse o manto sagrado do Timão para jogar.
O favorito para a pole amanhã, até aqui, é o Alonso. Isso se a Red Bull não tiver escondido o ouro hoje. Apesar desta pista não favorecer tanto as Red Bull, já que não tem curvas de alta onde a aerodinâmica mais refinada de Adrian Newey se sobressai. 
Vamos torcer para o Hamilton não fazer a pole e dar show no domingo.



Fernando Alonso rides the kerbs in his Ferrari

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Crazy Drivers

É por isso que eu amo automobilismo...


Expectativa para Montreal

A F1 desembarca no Canadá neste fim de semana e a expectativa é de uma corridaça. O circuito Gilles Villeneuve, em Montreal tem retas enormes, que junto com o ERS (nova sigla do KERS)  e da asa móvel (DRS, mais uma sigla desta sopa de letrinhas) promete proporcionar muitas ultrapassagens. Acho que baterá o record novamente. Em Istambul, na Turquia, foram 113 ultrapassagens.
A Ferrari, ou melhor, o Alonso poderá se aproveitar novamente do uso de pneus macios e super-macios para tentar pressionar Red Bull e Mclaren, mas será Hamilton que poderá pintar como favorito. Hamilton é o piloto mais macho da F1 atual. Mete o carro de lado e o outro que se vire (ou reclame, ou chore...). Tomara que ele não consiga a pole, pois largando mais de trás o show é garantido. Além disso, Montreal tem algo especial para ele, foi onde ele conseguiu sua primeira vitória, fez uma cagada enorme em 2008, batendo no Raikkonen e no Kubica na saída dos boxes que estava com farol vermelho, e venceu com autoridade no ano passado (em 2009 não houve corrida lá), depois de uma pole conseguida no braço (e no braço teve que empurrar o carro após sua volta rápida, por falta de gasolina).
Enfim, não percam pois esta promete ser uma corrida roda a roda o tempo todo. Like the old times.

Renascimento?

 O fim de semana do dia 28/29 de maio foi espetacular para quem gosta de esportes. No sábado, o Barcelona deu um show que nos fez lembrar-se da época do futebol arte. O Barcelona é o time dos sonhos. Quando achamos que o Iniesta não vai conseguir chegar na bola ele chega e domina com classe. O Messi já está entre os cinco maiores da história. Ele me fez voltar a gostar de futebol. O toque de bola envolvente, o entrosamento (parece transmissão de pensamento), o vigor físico, tudo beira a perfeição. Meu pai, um fanático da bola, ficou extasiado com tamanho espetáculo. Mas ainda sou mais fã de automobilismo.
   No domingo, duas corridas que, apesar de toda a tradição e do glamour, sempre tiveram poucas emoções. Alguns anos chegava a dar sono. Foi com essa expectativa que acordei de manhã para assistir o GP de Mônaco de F1. Vettel iria ganhar fácil e a corrida seria aquela procissão. Bom pelo menos sempre tem algum enrosco na primeira curva. Safety Car na primeira volta. Enfim, largaram e na primeira curva nada. Falei ferrou, acabou a corrida. De repente vejo o Schumacher dando um lindo passão sobre o Hamilton na Lowes. Caraca! Na Lowes (ainda se chama Lowes?)? Acordei um pouco mais. O Hamilton babando atrás do Schumacher, com o orgulho ferido. Entra colado na reta-curva (como disse Galvão Bueno), põe de lado e sobe a Saint Devote na frente. Quase o Schumacher dá no guard-rail. Depois foi uma sucessão de outras belas ultrapassagens, como o Barrichello sobre o próprio Schumacher na Mirabeu, do Hamilton sobre o Massa (apesar da forçada), que começou na Lowes e terminou no túnel com o Massa no muro, do Kobayashi sobre o Sutil também na Mirabeu, do Massa sobre o Rosberg na Tabacaria. Parecia um sonho! Não vibrava assim por uma corrida desde os anos 80/90. Pena que estragaram o final. Queria ver se o Alonso teria cujones para passar o Vettel com pneus no osso.
    Á tarde, ainda empolgado pela F1 de manhã me preparei para assistir a Indy 500. Corrida longa, com algumas disputas, mas aquilo, somente nas últimas 50 voltas é que a corrida pega mesmo. E no final as estratégias de boxes começam a mostrar que acertou e quem errou. Danica Patrick desponta. Seria legal ver uma mulher vencer pela primeira vez a Indy 500. Nada, splash-and-go pra ela. Aí surge o tal do Bertrand Baguette. Será que esse cara é dono de padaria? Bom, só se for de várias. Splash-and-go pra ele também. O líder da vez então é o estreante americano JR Hildebrand. E parece que ele não vai precisar mais parar. Última volta. As arquibancadas se levantam. Um americano vencendo sua prova de estréia da Indy 500? Já comecei imaginar ele nos David Letterman, Jay Leno e Oprah Winfrey da vida (ops, o programa da Oprah não existe mais) e toda aquela patriotada caipira dos americanos. Acho que ele já estava pensando nisso também e se distraiu. Putz!?!? Bateu sozinho na última curva! O carro se arrastando parecia que ainda daria pra cruzar em primeiro, afinal faltavam poucos metros. Mas surge o inglês Dan Wheldon e passa em primeiro. Inacreditável. Histórico. Justo Dan Wheldon que havia perdido a vaga na equipe do JR Hildebrand para o próprio Hildebrand! 
    Como se diz: de tempos em tempos a história se repete. Acho que estamos presenciando o renascimento da competição, do talento. Ousadia, treinamento e talentos (que também só aparecem de tempos em tempos) prometem trazer de volta o espetáculo nos esportes. Vamos aproveitar o quanto durar.

Welcome!

Bem vindo leitores, blogueiros, netmaníacos e visitantes em geral.
Este blog promete ser um canal para falar a verdade nua e crua neste país. Estamos cheios até a tampa com as  mazelas deste país e portanto pretendo fazer uma análise crítica e fria, sem nenhum protecionismo, de tudo que considero errado neste país. Seja o governo ou o povo (que tem sua grande parcela de culpa), comentarei aqui os fatos e acontecimentos do dia a dia.
Mas como não sou só azedo, prometo fazer análises bem humoradas também e elogiar sempre que o fato for merecedor. Este blog também é destinado àqueles que como eu adoram carros e corridas de carros, principalmente a F1, minha paixão. A cada prova, a partir da próxima, farei uma análise sobre todo o fim de semana de corrida, sem ufanismo, seguindo a linha do nome do blog: A verdade nua e crua, doa a quem doer.
Não será um blog rancoroso e mal humorado, mas apenas uma humilde tentativa de abrir os olhos desta população bovina movida a novela da globo e bbb.
Espaço aberto para críticas e sugestões e envio de fatos e informações.
Enjoy.