domingo, 26 de agosto de 2012

Show na MOTOGP



Simplesmente fantástica a última volta do GP de Brno (Rep. Tcheca) de MOTOGP hoje de manhã. Épica!
Após brigarem a prova inteira, os pilotos espanhóis Jorge Lorenzo (Yamanha), que havia largado na pole e Daniel Pedrosa (Honda) que largara em segundo, protagonizaram uma última volta eletrizante. Lorenzo passou por Pedrosa, com direito a esbarrão e tudo. Pedrosa, que vem em um momento espetacular na MOTOGP, deu o troco na última curva e venceu fantasticamente. Vejam no vídeo acima. De arrepiar!
É por isso que o esporte a motor é tão emocionante. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Segurança para gringo ver



O que isso nos mostra, além da irresponsabilidade de quem dirige estas máquinas em alta velocidade em vias públicas? Que os carros esportivos do primeiro mundo são infinitamente mais seguros que nossos carros “normais”.
Aqui no Brasil, principalmente, equipamentos de segurança como barras de proteção, airbags em profusão (para cabeça, joelhos, entre os bancos e até para pedestres), células de sobrevivência (cockpits reforçados) são apenas miragem. Até o aço usado na fabricação de nossos veículos é mais vagabundo que o usado nos mesmos modelos fabricados lá fora.
Recentes crash-tests realizados por órgãos especializados na América latina (LatinNcap) e Europa (EuroNcap) demonstraram que um mesmo modelo fabricado aqui e na Europa teve deformação diferente, bem menos eficiente aqui do que lá fora. Carros como Nissan March e Ford Focus tiveram desempenho pior no LatinNcap do que nos testes realizados com estes mesmos carros no EuroNcap. Apesar de o Ford Focus ter obtido o melhor resultado do LatinNcap, não é tão eficiente quanto seu irmão europeu.
Já os carros que são feitos exclusivamente para o mercado brasileiro então, como os populares Chevrolet Celta, Volkswagen Gol, Fiat Uno, por exemplo, foram sumariamente reprovados nos testes. Em uma batida frontal a míseros 60 km/h eles se desmancham, entortam teto, colunas e compromete toda a estrutura.
Ou seja, se você estiver em uma bomba destas e sofrer um acidente na estrada, só escapa da morte por milagre.
Já se você for o feliz proprietário de um carrão importado, as chances de apenas ter ferimentos leves são grandes.
No automobilismo de competição os carros são muito seguros e as ocorrências de morte são muito raras, pois o ponto onde os carros mais evoluíram foi exatamente na segurança. Quem gosta de corridas e acompanha na TV ou internet se impressiona com acidentes espetaculares onde os pilotos saem sem nenhum arranhão. Eles não possuem airbag (poderiam ser acionados somente com a força bruta das frenagens), mas possuem gaiolas de aço reforçando toda a estrutura, bancos envolventes que protegem o corpo e a cabeça dos pilotos e cintos de segurança que prendem bem o corpo no banco. Esta foi a maior contribuição das corridas para carros esportivos como Ferrari, Lamborghini, Camaro, Porsche. Por que não tornar obrigatório todos estes equipamentos para todos os carros?
Mas não somente esportivos. Carros “normais”, mas de luxo, como sedans da Mercedes, BMW, Audi, por exemplo, são extremamente seguros, pois possuem os equipamentos acima, apesar de não serem exatamente esportivos.
Não é só a velocidade que mata, mas também a falta de segurança de nossas carroças, estradas e vias ruins e mal sinalizadas e principalmente a falta de preparo de nossos motoristas.
Afinal, mesmo com um carro seguro que te proteja, se você não tiver habilidade, reflexos e principalmente consciência, você pode causar acidentes. Você pode não se ferir, mas com certeza matará alguém. Ainda mais por que brasileiro acha que dirige bem e isso é uma dos maiores enganos que existe. Mas este é assunto para outro post.
Enquanto isso vejam abaixo um vídeo de um acidente na competição de subida de montanha de Pikes Peaks 2012 nos EUA. O piloto nada sofreu. Milagre? Não, segurança!





sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A melhor atuação de um piloto na história da F1



Saudoso dos bons tempos do Brasil nas pistas, andei assistindo algumas corridas de nossa época de ouro na F1. Até que cheguei ao GP do Japão de 1988, corrida em que Ayrton Senna conquistou seu primeiro título.
Na época achei a corrida fantástica, mas nada que não fosse esperado de Senna. Hoje, 24 anos depois, parece que caiu a ficha: o que Senna fez nesta corrida foi quase sobrenatural.
 Lembro-me que ele disse em uma entrevista com Roberto Carlos (o cantor) que ele havia visualizado Deus naquela corrida. Virou motivo de piada, mas acho que foi realmente Deus que operou aquele milagre.
Na temporada de 1988 a McLaren tinha de longe o melhor carro, os melhores pilotos, o melhor motor e dinheiro de sobra. Dominou em todas as pistas e venceu 15 de 16 corridas. Prost, companheiro de Senna, era o então líder da equipe com a qual já havia conquistado dois títulos mundiais. Senna ainda era tido como um piloto assustadoramente rápido, mas inconstante. Havia feito 13 poles até ali, mas Prost o apertava na tabela de pontos.
Senna, claro, largava na pole no GP do Japão, com Prost em segundo. Quem vencesse seria o campeão da temporada. Na largada Senna, nervoso, deixou o motor apagar. Chegou a levantar os braços sinalizando o problema, mas, como a reta de Suzuka é em descida, o carro pegou um embalinho e Senna conseguiu fazer pegar no tranco.
Quem vinha atrás teve que desviar e por pouco Berger e Piquet não encheram sua traseira. Prost pulou na frente, seguido de Berger de Ferrari e um surpreendente Ivan Capelli em terceiro com um March (este foi o primeiro carro de sucesso de Adrian Newey, o mago das pranchetas, atualmente na Red Bull). Senna caiu para 14º. Aí começou a maior atuação de um piloto de F1 da era moderna. Na primeira volta ele passou seis carros e fechou a primeira volta em oitavo. Infelizmente a TV Japonesa não mostrou as ultrapassagens e até hoje fico curioso de saber como ele conseguiu isto.  Na segunda volta, já passou em sexto. Duas voltas depois já era quarto. Aí começou a garoar. Só para melar a pista e dar um pouco de chance para Senna, que já era o rei da chuva (será que foi obra de Deus?). A diferença entre ele e Prost era de 16 segundos. Senna foi tirando, tirando e chegou em Prost. Neste momento a pista secou e Prost, que só andava bem no seco, conseguiu se manter à frente, mas aí Senna já estava ali fungando no seu cangote. 
Ok, seu carro era muito superior ao das outras equipes, mas descontar uma diferença tão grande para seu companheiro de equipe, ninguém menos que Alain Prost, foi algo mais que fantástico. Como manter um nível de concentração tão alto e uma habilidade tão grande com a pista escorregadia, depois de tamanho nervosismo com o erro na largada?
Outra característica de Senna era sua imensa capacidade de se livrar dos retardatários. Ele quase passava por cima deles. Já Prost ficava ensaiando o melhor lugar para passá-los. Foi numa destas que Prost entrou na reta atrás de um retardatário. Senna embutiu no seu vácuo, botou de lado e passou Prost, o retardatário e tudo o que mais tivesse pela frente. Sua determinação foi tão grande que mesmo o Prost o empurrando para fora da pista ele colocou duas rodas na grama e freou lá dentro. Deu uma traseirada com o carro no meio da curva, controlou lindamente e se manteve na ponta.
Quando cruzou a linha de chegada estava nove segundos a frente de Prost. Ali todo o mundo da Formula 1 se rendeu ao seu talento e o Brasil amanheceu em festa, como se a seleção de futebol tivesse sido campeã. Confesso que fui às lágrimas, afinal, depois do erro na largada, ninguém acreditaria em uma recuperação tão fantástica, mágica, quase sobrenatural. Acho que não deveriam duvidar de que ele viu Deus naquela corrida.
Senna não era imbatível e seus erros mostravam que era sim um ser humano. Mas não houve jamais piloto tão determinado, com uma força interior tão grande que o fazia realizar coisas inacreditáveis.
Por isso, que me perdoem Alonso, Schumacher, Vettel, Hamilton, Prost, Lauda, Fangio, Clark, Stewart e alguns jornalistas especializados: ainda não apareceu ninguém melhor que o Magic Senna. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O que é isso Toyota?


No mundo inteiro se comenta que o mercado brasileiro de automóveis é a bola da vez na indústria automobilística. Longe de ser uma vantagem para nós consumidores, as montadoras olham para mercados emergentes como o Brasil a chance de aumentar seus lucros. Somos alvo de projetos de carros ultrapassados ou de projetos exclusivos de carros ruins, alegando ser de baixo custo. Com isso recebemos em nosso mercado, carros como Chevrolet Cobalt, Chevrolet Celta, Fiat Uno (modelo antigo), Peugeot 207 (na verdade um 206 e meio), Renault Logan e Sandero e por aí vai. A desculpa das montadoras é de que carros mais avançados como os que são feitos na Europa, Japão e Estados Unidos ficariam muito caro aqui.
Pois bem. Seria uma verdade se essas carroças não custassem tão caro. Hoje um carro na faixa de R$ 30 mil é considerado barato. Aonde? Com este valor, em torno de US$ 15 mil, a oferta de carros no exterior é extensa e os modelos são infinitamente melhores: Ford New Fiesta, Opel Corsa, Honda City, Ford Focus, Hyundai i30, Opel Astra. Todos estes modelos de novas gerações que não chegaram por aqui ainda, com exceção do New Fiesta e Honda City, que aqui custam bem mais caro, na casa de US$ 26 mil.
Mas algumas montadoras prometem novidades para este ano. Dentre elas a Hyundai, que promete oferecer o ótimo HB 20 na casa dos R$ 30 mil. A Toyota também busca oferecer seu projeto para países emergentes, o Etios. É o carro horrível e sem graça da foto abaixo.


Sinceramente, parece que os projetistas estavam com raiva da vida quando projetaram esse carro. Ou a diretriz da empresa foi: custo reduzidíssimo, ao extremo, para termos uma margem de lucro gigante.
Bom, pelo menos esperávamos que ele já tivesse a já consolidada qualidade dos carros japoneses e preço baixo, abaixo dos R$ 30 mil. Mas hoje foram divulgados os preços: parte de R$ 35 mil e pode chegar a R$ 48 mil!!!!
Que isso Toyota? Vocês estão loucos? Não, não estão. Louco será quem aceitar pagar este valor para este carro sem o mínimo de tecnologia e design. Quem comprar este carro por este preço estará passando atestado de ignorância.
Com estes preços e este projeto ridículo, a Toyota demonstra o total desprezo com o consumidor brasileiro e ainda deixa claro que seu único objetivo é o lucro a qualquer custo. Nem com sua imagem está preocupada.
E deixa bem claro: brasileiro não gosta e não entende de carro. Compra qualquer porcaria a preços absurdos.
Por isso, somos os “idiotas da vez”.  

Será o fim da carreira de Massa na F1?


A fórmula 1 entra em férias neste mês de agosto e o assunto que dominará o circo será o que a Ferrari fará com Felipe Massa em 2013.
É uma pena o que aconteceu com a carreira de Massa. Filho e sobrinho de piloto (seu pai e seu tio foram destaque da extinta Formula Uno, campeonato de turismo que era disputado com carros Fiat Uno), Massa começou sua carreira no Kart em 1990. Em 1998 foi campeão brasileiro de Formula Chevrolet, extinta categoria de monopostos. No ano seguinte foi para Europa e se sagrou, no mesmo ano, campeão italiano e europeu de Formula Renault. Em 2001, foi para F3000 e conquistou de forma avassaladora (6 vitórias em 8 corridas) o campeonato europeu da categoria. Obviamente chamou a atenção das equipes da F1. Principalmente a Ferrari que o contratou e promoveu sua entrada na F1.
Em 2002, com o apoio da equipe italiana, estreou na Sauber no lugar deixado por Kimi Raikkonen que foi para a McLaren.
Desde o início, Massa se mostrou um piloto extremamente agressivo. Cometeu erros comuns para um piloto em início de carreira, mas um episódio acabou lhe prejudicando: o primeiro piloto era então o Nick Heidfeld (um dos maiores enganadores da F1), que já estava há alguns anos na equipe Sauber. No GP da Alemanha Massa estava à frente de Heidfeld e foi notificado pelo rádio para dar passagem ao piloto alemão. Recusou-se e azedou a relação com a equipe.
No ano seguinte Felipe foi demitido da equipe e ficou um ano como piloto de testes da Ferrari. Voltou no ano seguinte, em 2004 na própria Sauber. Já sem Nick Heidfeld, mas com o campeão mundial Jacques Villeneuve como companheiro de equipe. Todos esperavam que Massa fosse aprender com Villeneuve, mas o que se viu foi um massacre de Felipe. Em 2006, Massa finalmente chegava a uma equipe de ponta e assumiria o lugar de Barrichello na Ferrari que já o tinha como um filho pródigo ao lado de Schumacher, chegando a andar na frente do alemão em alguns momentos.
Entre altos e baixos, Felipe foi muito bem, conseguiu suas primeiras vitórias e se consolidou como piloto de ponta. Mesmo depois da aposentadoria de Schumacher e a vinda de Raikkonen, conquistando o seu título mundial no primeiro ano na equipe, em 2007.
 Em 2008 era um excelente piloto e cheguei a pensar que teríamos um piloto brasileiro fodão novamente, mas após a tragédia nunca mais foi o mesmo. A tragédia não foi seu acidente e sim a chegada de Alonso na equipe. Nos testes de pré-temporada de 2010, Massa foi sempre mais rápido que Alonso. Igualmente na primeira prova daquela temporada, no Bahrein, quando largou na frente de Alonso. Mas na primeira curva Alonso jogou seu carro pra cima de Massa e ele afinou. Já deu um certo abalo na sua confiança. Depois, na China, aquela ultrapassagem vergonhosa na entrada dos boxes. Massa, que entrou nos pits na frente, deveria ter mais “big balls” e não deixar Alonso passar. Mesmo que batessem os dois. Mesmo que fosse demitido pela Ferrari, estaria em melhor situação agora, em outra equipe (Red Bull ou Lotus, provavelmente). Depois veio a prova da Alemanha e o famoso “Alonso is faster than you”, onde foi obrigado a dar a primeira posição para Alonso. Esta foi a pá de cal. Depois disso, até hoje Massa caminha para trás. Deveria ter saído da Ferrari antes. Hoje, com a cotação em baixa, dificilmente conseguirá um bom carro para guiar. Se confirmar o boato de Raikkonen de volta à Ferrari, surge uma boa vaga na Lotus. Seria a redenção para Massa. Novos ares e novos desafios fariam bem a ele.