sexta-feira, 10 de junho de 2011

Montreal 1

Sempre me perguntam por que eu assisto aos treinos livres da F1. Para quem é fã da F1, só de ver um carro da categoria andando já emociona. Mas, além disso, é nos treinos livres onde começamos a identificar como carro está andando, qual setup está dando mais resultados, com que tipo de pneu cada carro está mais rápido, etc. Mas é também nos primeiros treinos, com a pista ainda suja e sem borracha e com os pilotos ainda buscando o melhor acerto é que acontecem as rodadas, as traseiradas e os passeios pela grama por perda do ponto exato de frenagem. Nos treinos classificatórios e na corrida os carros já estão com o acerto no máximo e os erros são menos frequentes.
E hoje houve tudo isso no Canadá. Por ser uma pista praticamente de rua (fica dentro do parque, ao lado de onde foram disputadas as regatas das olimpíadas de 1976), quase não há área de escape. Se escapar dá no muro. Foi o que aconteceu com Vettel, Sutil, Kobayashi e D'Ambrosio.
Vettel deu no muro dos campeões (que tem esse nome por alguns campeões mundiais já bateram em anos anteriores, os mais recentes Schumacher e Jacques Villeneuve), na entrada da reta dos boxes. Foi o primeiro, logo de manhã. Parece que seu Red Bull não rendia muito com os pneus macios amarelos e ele forçou. Escapou de traseira na primeira perna da chicane e foi de frente no muro. Igualzinho acontece no game F1 2010 (quem joga sabe do que eu tô falando). Sutil (Force India) já no treino da tarde bateu estranhamente na segunda perna da chicane 3, na Pont de La Concorde. Parece que seu carro deu uma apagada e ele escapou de frente. Depois foi o Kobayashi (Sauber). Igual ao Vettel de manhã, mas na chicane 2. Treino interrompido. Treino reiniciado e o Jerôme D'Ambrosio (Marussia-Virgin) ficou com inveja do Kobayashi e bateu no mesmo ponto de forma muito parecida.
Fora isso, foi um festival de finas nos muros e traseiradas de prender a respiração. O Massa foi protagonista de várias delas. É lindo ver um F1 escapar de traseira, lamber o muro e o piloto controlar. A mais linda foi a do Kovalainen, da Lotus verde. O carro ficou quase totalmente de lado e também lambeu o muro onde já haviam batido Kobayashi e D'Ambrosio.
Já em relação aos tempos, a Ferrari confirmou a expectativa. Com os pneus macios amarelos (os times chegaram a testar um composto médio com as letras brancas no logo da Pirelli) Alonso ficou em segundo de manhã, atrás de um surpreendente Rosberg (Mercedes), com Felipe em quarto. Á tarde o espanhol andou muito e, já com os pneus super macios vermelhos, ficou em primeiro. Com uma pilotagem agressiva e eficaz dominou praticamente toda a sessão. Massa também andou bem, ficando em terceiro, mas como sempre meio segundo atrás do Alonso. A cada dia Massa demonstra que está ficando para trás dentre os pilotos de ponta como Alonso, Hamilton, Button e Vettel. Hoje ele está competindo com Webber e com as Lotus Renault. Massa é um piloto agressivo, capaz de lindas manobras e ultrapassagens, mas não consegue ser rápido como Alonso, Hamilton e Vettel. Destes, para mim, o Hamilton é o melhor. Mas ficou só em 4º hoje com Button em 5º. Além dos principais, teve o Paul di Resta, que colocou seu Force India numa excelente 6ª colocação (a Force India sempre anda bem em circuitos com longas retas) a Mercedes despencou à tarde, a Williams mostra recuperação com o Barrichello ficando em 10º e o venezuelano Pastor Maldonado em 12º, a Lotus Renault ficou com Petrov em 8º e Heidfeld em 9º correndo sob pressão (porque não colocam logo o Bruno Senna para correr? Na GP2 ele corria junto com o Petrov e andava na frente dele). Sempre achei o Heidfeld um piloto fraco.
O fato curioso do dia foi a substituição do mexicano Sergio Pérez (Sauber) pelo espanhol Pedro de La Rosa que corria em seu lugar no ano passado.  Pérez, que sofreu aquele grave acidente nos treinos de Mônaco na semana retrasada, não se sentiu bem após o treino da manhã e não vai correr no Canadá. O engraçado é que de La Rosa é piloto reserva da McLaren e, portanto treinou e correrá com o macacão da McLaren. É como se um jogador reserva do Corinthians fosse convidado para substituir alguém no Palmeiras e usasse o manto sagrado do Timão para jogar.
O favorito para a pole amanhã, até aqui, é o Alonso. Isso se a Red Bull não tiver escondido o ouro hoje. Apesar desta pista não favorecer tanto as Red Bull, já que não tem curvas de alta onde a aerodinâmica mais refinada de Adrian Newey se sobressai. 
Vamos torcer para o Hamilton não fazer a pole e dar show no domingo.



Fernando Alonso rides the kerbs in his Ferrari

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