sábado, 1 de setembro de 2012

GP da Bélgica - Parte 2: O ostracismo brasileiro


“O carro está ruim no segundo setor. Sai de frente, sai de traseira, está sem equilíbrio. Amanhã o carro estará igual de tanque cheio”. Palavras de Felipe Massa, 14º colocado no grid hoje.
“Entrei na curva com o DRS aberto, o carro escapou. Acho que danificou alguma coisa quando passou de lado pela zebra e não foi possível melhorar o tempo, enfim”. Palavras de Bruno Senna, 17º no grid hoje.
A coisa não tá feia para os brasileiros. Tá horrível. Enquanto Massa agonizava lá no meio do grid, onde as merdas acontecem, Alonso arrancava uma sexta posição no braço. Massa disse que seu carro foi bem no primeiro e no terceiro setor. Claro. No primeiro setor, que vai da reta dos boxes até a freada da Les Combes, é um trecho basicamente de reta. A primeira curva, La Source, tem uma área de escape enorme, onde dá pra arriscar sem precisar de muita habilidade. Até a outrora temida Eau Rouge, apesar da enorme força G sobre o carro e o piloto, hoje é feita de pé embaixo sem muita dificuldade. O terceiro trecho vai da Stavelot até a reta dos boxes, outro trecho de pé embaixo sem grandes dificuldades. Onde o bicho pega é exatamente no segundo setor. Este que o Massa reclamou do acerto do carro. É no miolo, onde há curvas de alta e baixa velocidade que necessitam de mais habilidade para controlar o carro. Portanto, essa declaração do Massa não passa de choradeira. Falta braço. É isso que falta a Felipe. É neste trecho onde os bons pilotos tiram os décimos de segundos e onde ele não conseguiu tirar nada. Foi neste trecho que Alonso conseguiu a sexta posição no braço. É isso.
E o que dizer de Bruno? Olha, eu botava fé no rapaz. Até escrevi que ele iria longe quando ele reestreou na F1 no ano passado, nesta mesma pista, com uma ótima sétima posição no grid, com pista molhada. Na frente de Alonso. E hoje ele me dá uma dessas? Será que teve problemas no DRS que não fechou ou esqueceu-se de frear antes da curva? Nesta curva, a Pouhon, feita em quinta marcha, deve-se dar apenas uma leve freada, reduzir duas marchas e enfiar o pé, pois a segunda perna é de pé embaixo. Creio que ele não tocou no freio, só reduziu as marchas, por isso o DRS não fechou. Mesmo sem esta rodada ele não conseguiria um bom tempo. Não andou bem nem no treino livre de sábado de manhã e ficou na mesma 17ª posição. Enquanto seu companheiro, Maldonado leão de treino, fez o terceiro tempo. Foi punido e perdeu três posições, mas fez o terceiro tempo, catzo! Só faz merda nas corridas, mas quando acerta pode até acabar vencendo a corrida, por que é muito mais rápido. E Bruno parece que anda com o freio de mão puxado, com medo de errar. Estava em alta depois da Hungria, mas bastou um treino classificatório para voltar a ficar em baixa.
Enquanto nossos pilotos sofrem com a pressão, Jenson Button, Kobayashi e Maldonado, que também sofriam pressão por ter resultados piores que seus companheiros, foram pra cima. Arregaçaram hoje. Amanhã podem se dar mal, mas mostraram que são capazes de reagir.
Que sirvam de inspiração para Felipe Massa e Bruno Senna. A receita é uma só: faca nos dentes, sangue nos olhos e pé no fundo. É isso que falta.



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