
A McLaren quebra. A Red Bull quebra. A Lotus quebra. A Mercedes quebra. Quando não quebram, batem.
A F1 voltou a ter surpresas em
equipes de ponta. Há tempos não acontecia de carros quebrarem quando lideravam
provas. Pareciam imbatíveis, mas agora, talvez devido ao enorme equilíbrio
entre elas, a disputa mais acirrada esteja estressando engenheiros, mecânicos e
pilotos.
Mas Alonso passa ao largo destas
intempéries. Com uma sorte fora do comum, colhe preciosos pontos quando seus
adversários quebram ou batem. A Ferrari de Alonso sequer suja durante as
provas. Exceção somente ao GP da Bélgica, em Spa, devido ao strike de Grosjean.
A Ferrari demonstra ter o carro mais confiável do grid, afinal, nem o carro de
Felipe Massa apresenta problemas. Não é o melhor carro, longe disso, mas é o
mais resistente. E Alonso é o piloto mais largo da história. Vai ganhar o
título de brinde em uma bandeja, com este revezamento entre seus perseguidores
diretos. Claro que o espanhol tem tido atuações soberbas como em Valência, Monza,
mas a sorte tem sido o fator principal pela sua liderança folgada no mundial.
Em Cingapura, Alonso não fez nada
além do feijão com arroz. Largou em quinto e permaneceu nesta posição, até
começar as quebras dos adversários (Hamilton e Maldonado), abocanhando o pódio
no final. Não atacou ninguém. Teve um pega legal contra Maldonado no início da
prova, mas desistiu quando viu que teria que se arriscar muito para
ultrapassá-lo. Está com uma mão na taça, mas a Ferrari precisa melhorar. Afinal
McLaren e Red Bull não vão quebrar sempre.
A McLaren tem o melhor carro do
Grid. Desde o GP da Alemanha, vem demonstrando ter um carro extremamente rápido
em todo tipo de pista. Dominou e venceu na lenta e travada Hungaroring, na
Hungria, com Hamilton cravando pole e vitória. Depois, teve um mês de folga e
voltaram a dominar e vencer na desafiadora Spa, com suas curvas velozes, também
com pole e vitória, só que desta vez com Jenson Button. Chegou a Monza e
novamente dominou em uma pista com longas retas basicamente, pole e vitória de Hamilton
de novo. E em Cingapura, uma pista de rua, noturna, Hamilton voou, até quebrar.
Button chegou em segundo. Se pararem de quebrar podem dominar as próximas
provas e apertar Alonso no final.
A Red Bull depende do talento de
Vettel. Em pistas travadas, seu talento se sobressai e suplanta a falta de
velocidade em retas e curvas rápidas. Porém, diferente da McLaren, somente
Vettel tem constância. Webber se arrasta no meio do grid, com alguns poucos
arroubos como em Mônaco e Silverstone. Em Cingapura, Vettel andou bem, mas não
conseguiu lugar na primeira fila, que foi completada com Hamilton na pole e
Maldonado em uma surpreendente segunda colocação. O alemão tomou a segunda
posição de Maldonado na largada e se manteria lá caso Hamilton não quebrasse.
Conseguiu uma vitória inesperada, mas muito bem vinda. Agora está a 29 pontos
de Alonso, na segunda colocação.
Maldonado mais uma vez deu show
em treino. Corrida de rua parece ser sua especialidade (apesar de ter batido
seu Williams em uma barbeiragem cometida em uma exibição nas ruas de Caracas).
Mas como está pressionado, acabou largando com muita cautela e perdeu duas
posições na primeira curva. Segurou Alonso bravamente e caminhava tranquilo
para um lugar no pódio até quebrar e entregar a terceira posição de graça para
Alonso.
A Lotus não andou bem em Cingapura
e correu para chegar. Grosjean teve que entregar a sexta posição para
Raikkonen, mas ambos chegaram atrás de Di Resta (4º) e Rosberg (5º).
Massa, oitavo no final, andou
muito bem. Largou bem como sempre, mas foi acertado por Petrov na largada e
teve o seu pneu traseiro esquerdo furado. Trocou os pneus e voltou em último.
Começou a voar na pista, mas estava muito atrás. Com a entrada do SC, duas
vezes, conseguiu se aproximar e veio passando todo mundo, com duas lindas
manobras, com Senna e Ricciardo. A ultrapassagem sobre Senna foi épica. No
ponto mais apertado da pista, botou de lado e foi espremido no muro por Bruno.
Freou bruscamente, a traseira escorregou e Felipe demonstrou enorme controle do
carro ao evitar a batida e ainda conseguir a ultrapassagem. Foi o ponto alto da
prova. Logo depois teve um bom duelo com Daniel Ricciardo, da Toro Rosso e fez
uma bela ultrapassagem, dando um olé no australiano quando este tentava
fechar-lhe a porta.
Assim como Bruno Senna - que também largou
muito bem e fazia boa prova de recuperação, agressiva, e chegaria em oitavo se
não tivesse problemas no carro nas últimas voltas, obrigando-o a abandonar - os
brasileiros mantém a sina de ter uma classificação péssima e fazer boa corrida
depois. Precisam melhorar muito nos treinos, pois sempre largam no pelotão da
merda e se envolvem em problemas. Em corrida ambos vão muito bem.
A prova teve outros destaques
como a batida de Schumacher, enchendo a traseira de Jean Eric Vergne, da Toro
Rosso. Vergne tentava ultrapassar Kobayashi por fora e ambos tiveram que frear
mais que o normal. Schumacher vinha babando tentando se aproveitar do entrevero
e não conseguiu frear. Alegou que tinha problemas de freios. Aham! Sua cara
mostrava seu constrangimento pela barbeiragem que causou a segunda entrada do
safety car. Schumacher foi punido com dez posições no grid do Japão.

As Sauber não se acertaram em
Cingapura. Não se classificaram bem e desta vez a estratégia de Perez não
funcionou. Mas se envolveram em ótimos pegas, com Nico Hulkenberg e Webber. Sergio
Perez se empolgou com a ultrapassagem de Massa sobre Senna e tentou fazer o
mesmo com Hulkenberg, no mesmo ponto. Encontraram-se e Perez perdeu um pedaço
da asa sem maiores consequências.
Voltas depois Webber x Kobayashi
em um belo duelo, roda a roda. Webber passou e Hulkenberg se aproveitou para
passar também o japonês. Arrancou a asa do japonês. Bela manobra do Webber,
mais foi punido depois da corrida em 20seg por passar o japa fora da pista.
Sacanagem! Perez foi ainda mais safo e passou os dois, Hulkenberg e Kobayashi.
Logo após Webber fez outra bela
ultrapassagem sobre Ricciardo, igual à de Felipe Massa, com olé, no mesmo
ponto.
Aí a prova esfriou.
Bruno Senna deu um raspadão (mais
um) na barreira de proteção, na volta 50, mas desta vez não danificou o carro.
Depois Webber passou fácil por
Bruno Senna, que já apresentava problemas de câmbio (já perdera a primeira
marcha ainda no início da corrida) e acabou abandonando na última volta, quando
já estava fora dos pontos.
No final Vettel venceu pela
segunda vez no ano e se torna o piloto da vez para buscar Alonso.
Tarefa difícil, mas não
impossível. Precisa melhorar seu carro em circuitos de curvas velozes.
Exatamente a característica da próxima prova: Suzuka, no Japão.

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