
Tudo caminhava para uma festa
maior para os Tiffosi. Alonso em segundo e Massa em terceiro, as duas Ferrari
no pódio, Vettel fora, Button também. Hamilton estava muito á frente, mas vai
que, né? Alonso fez uma ótima corrida, largou em décimo, veio passando todo
mundo, travou (e venceu) um belo duelo com Vettel, demonstrou tremenda
habilidade ao ser empurrado por Vettel e colocar as quatro rodas na grama na
veloz curva grande, sem rodar, enfim, demonstrou que realmente tinha carro para
largar na pole e vencer. Foi o cara da corrida? Não...
Sérgio Perez, o Chapolin Colorado, é quem foi o cara! Largou ainda mais atrás de Alonso, em 12º, e fez uma
estratégia arriscada de partir com pneus duros, parando mais no final da prova
e partir para o ataque de pneus médios quando todos estariam de pneus duros. Talvez
essa estratégia não desse certo com Massa, Bruno Senna, Kobayashi (nunca dá com
eles), mas com Perez sempre dá. O cara senta a bota e mostra um arrojo, uma
precisão que nem todos demonstram na F1. Talvez somente Alonso e Hamilton
consigam atingir nível igual. E não foi a primeira vez que o mexicano fez isso.
Lembra-se de seu segundo lugar “induzido” na Malásia? Também tinha estratégia
arrojada e partiu para cima de Alonso no final da corrida quando teve a concentração
atrapalhada pelo seu engenheiro: “precisamos muito destes pontos”, disse. Aí
Perez se desconcentrou e errou, justo quando se preparava para ultrapassar
Alonso, Manda-Chuva da Ferrari, que é madrinha de Perez...
Hoje Perez voou com pneus médios
e passou fácil por Raikkonen, Massa e Alonso. Claro que Alonso comemorou,
afinal, quando chegou à Itália, tinha Vettel a 24 pontos atrás, mas agora o
segundo colocado do campeonato é Hamilton, a 37 pontos. Mas se a Ferrari não
tivesse pedido para Massa entregar a posição para Alonso (por mais que seja do
jogo acho horrível isso), eles poderiam estar mais rápidos, disputando um com
outro e talvez garantisse os dois carros no pódio. Isto mostra que a Ferrari
não é um time. É Alonso somente. E foda-se o resto. Não pensa nos dois pilotos
do time, só em Alonso, em uma prostração ridícula a um único piloto, coisa que nenhuma
outra equipe demonstra. E outra, Alonso é um pilotaço que não precisa destas
esmolas, pode se virar sozinho, mas suas atitudes de chorão, chiliquento, tipo
aquele moleque da rua é o dono da bola e só ele quer brincar, só contribui para
aumentar sua fama de arrogante e aumentar a legião de torcedores que o detestam.
Deu chilique quando Vettel o espremeu para fora da pista, se esquecendo de que
fez o mesmo contra Vettel, exatamente na mesma pista e no mesmo local, no ano
passado.
E Felipe ouviu a frase de novo.
Só que eles mudaram o conteúdo: “Alonso está 0,9 seg. atrás de você e pode usar
o DRS”. Bom pelos menos garantiria o pódio. Mas chegou em quarto. Massa largou
muito bem, como eu previa, e poderia ter arriscado a passar Hamilton, além de
Button, na primeira curva, apesar do desespero e o medo do Galvão Bueno. Não
arriscou. Mas mesmo assim fazia uma ótima corrida. Não tão boa quanto a de
Alonso, mas estava mais rápido que espanhol quando teve que ceder sua posição.
De qualquer forma, creio, recuperou boa parte de sua autoestima hoje, pois viu
que pode andar no ritmo de Alonso. Acho que renova com a Ferrari, por que
duvido que Alonso aceite um piloto mais combativo como companheiro de equipe.
Tem que ser um piloto rápido só que não vá pra cima dele. Como disse Button, se
pudesse, Alonso nem teria companheiro de equipe.
Hamilton venceu de ponta a ponta
sem dar chance a ninguém, assim como fez Button na Bélgica.
Vettel, além de punido com um
drive-trough, ainda teve um problema no motor que o obrigou a abandonar. Webber
foi novamente um fiasco hoje. Não passou ninguém, errou muito, rodou sozinho e foi
para o box abandonando a corrida, para completar o desastre da Red Bull.
Bruno Senna fez uma corrida
combativa mas sofreu por falta de precisão nas manobras, como na disputa com
Paul Di Resta,quando forçou por fora e foi espremido. Reclamou, gesticulou, mas
poderia ter esperado e embutido na traseira, para passar na reta após a segunda
perna de Lesmo com a asa aberta. Precisa se concentrar mais. Ainda assim ganhou
mais um pontinho, demonstrando superioridade ao seu companheiro Maldonado, que
não fez muita coisa hoje. Nem besteira. Ao menos chegou próximo de Senna que
largou nove posições a sua frente e passou aqueles que ele tinha a obrigação de
passar.
Raikkonen fez uma corrida
discreta, assim como Schumacher e não repetiram os duelos da última corrida em
Spa, chegando em quinto e sexto respectivamente. Rosberg fez a melhor volta da
corrida e chegou em sétimo, sempre atrás de Schumacher. As Force India também
não fizeram uma corrida muito entusiasmante, com Hulkenberg abandonando e Di
Resta chegando em oitavo. Kamui Kobayashi, o japonês voador (será que ainda é?),
levou pau de Perez novamente e chegou somente em nono. Bruno Senna fechou os
dez primeiros.
A F1 deixa a fase europeia com
Alonso colocando uma mão na taça. Além de excelentes exibições, tem muita sorte
o espanhol.
Agora é esperar as provas da Ásia
e América (Cingapura, Coréia, índia, Abu Dhabi, Japão, Estados Unidos e Brasil)
para ver se alguém ainda é capaz de batê-lo. A McLaren mostrou que realmente
tem o melhor carro desta segunda fase. Mas agora já pode ser tarde.
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