Assim como na classificação, o GP
da Bélgica teve seus personagens: o bom, o mau e o feio.
Primeiro começamos com o bom, já
que o acidente todos já devem ter visto e eu comento mais embaixo. O bom foi
Vettel, afinal Button passeou e não teve muito trabalho na prova. Vettel, que
tinha a décima posição no grid, não largou bem. Perdeu duas posições logo de
saída e não conseguiu se aproveitar do strike da largada. Quando foi dada a
relargada ele estava na 12ª posição. Então começou uma reação espetacular. Foi
passando todo mundo no peito e na raça. Ninguém parecia páreo para ele. Quando
não passava na reta depois da Eau Rouge, passava na freada da Bus Stop, onde
não usava o recurso da asa aberta, o DRS. Ali ele passou duas vezes Felipe
Massa em dois momentos da corrida. Por fora, por dentro, foi um show do alemão
bicampeão, que há tempos devia uma apresentação assim. O único que deu um certo
trabalho foi Bruno Senna que defendia a oitava colocação. O ápice foi a
ultrapassagem sobre Schumacher, também na freada da Bus Stop. Schumacher resistiu,
travou rodas, e decidiu ir pro Box justo quando estava sendo ultrapassado,
cortando a frente de Vettel violentamente. Só não bateram porque Vettel
conseguiu desviar magistralmente.

No final, chegou em segundo e
descontou uma grande diferença para Alonso, já que o espanhol ficou no acidente
da largada. Agora está somente 24 pontos atrás e já começa a preocupar a Ferrari,
pois Vettel sempre corre melhor a segunda parte da temporada.
O mau. Logicamente o mau da
corrida foi Grosjean. Desde quando este francês surgiu em 2009, como substituto
de Nelsinho Piquet, na Renault (após aquele escândalo onde Piquet admitiu ter
provocado um acidente de propósito no GP de Cingapura de 2008 para gerar a entrada
do safety car e permitir uma vitória de seu companheiro de equipe, Fernando
Alonso), ele tem se mostrado um piloto rápido em treinos e estabanado em
corridas. Tanto que foi dispensado pela Renault no final daquele ano e só
retornou neste ano. É incrível como se envolve em acidentes na primeira volta.
A FIA devia determinar que ele só largasse na segunda volta. Vejam o que ele fez no
vídeo abaixo.
Sorte não ter acertado a cabeça
de Alonso. Tomou um GP de gancho e saiu com o rabinho entre as pernas, dizendo
que aceita a punição e retornará como um piloto melhor.
O feio. Este, bem, é Maldonado.
Claro que ele não tem boas aptidões físicas, mas não é por isso e sim por
tentar ser o espertão, queimando a largada. Acho que a merda toda na primeira curva pode ter sido motivada por esta queimada de largada. Quem já correu, mesmo de
kart indoor, sabe o que isto pode provocar. Quando você vê um piloto lá de trás passando por todo mundo na largada, todo mundo sai que nem louco achando que
dormiu no ponto.
Como se não bastasse, ainda fez
merda na relargada batendo na traseira de Timo Glock da Marússia. Vai tomar dez
posições na fuça no próximo GP, cinco pela queimada de largada e cinco por
bater em Glock. É outro piloto que é rápido em treinos e péssimo em corrida.
Quase um irresponsável. Já era assim na GP2. Claro que de vez em quando
consegue manter a cabeça no lugar e aí pode operar milagres, como a sua vitória
neste ano no GP da Espanha e seu título na GP2 em 2010. Mas, digo novamente que
Bruno Senna é melhor que ele. Só precisa aprender a se concentrar nos treinos
classificatórios e buscar no seu DNA aquilo em que seu tio era mestre.
Já que falamos de Bruno, os
brasileiros foram bem na prova. Melhor Massa do que Senna. É impressionante como
Massa corre muito melhor quando Alonso não está na pista. O que o espanhol faz
com Massa psicologicamente é incrível. Apesar de ser ultrapassado duas vezes
por Vettel, Felipe mostrou-se combativo e ganhou o duelo com Mark Webber, que tinha
carro melhor, chegando em quinto. Claro que o strike na
largada, tirando cinco pilotos que estavam à sua frente, o ajudou muito. Mas mesmo
assim foi uma boa atuação.
Bruno também correu bem e travou
belos duelos com as Force India, Mercedes e com Vettel. Mas um furo no pneu e
um erro de estratégia da Williams o obrigou a fazer um segundo pit stop no final
da corrida e o relegou à 12ª posição. Poderia ter chegado em sexto ou sétimo.
Sua ultrapassagem em Paul Di Resta, na entrada da Les Combes, lado a lado,
quase tocando rodas foi a segunda melhor da corrida.
A melhor ultrapassagem foi a de
Raikkonen sobre Schumacher no mergulho da Eau Rouge. Tem que ser macho para
botar de lado na Eau Rouge a 300 km/h. Aliás, este foi o melhor pega da corrida.
Raikkonen passava Schumacher, que dava o troco na reta com o DRS aberto e
Raikkonen passava de novo na freada da Bus Stop. Foi assim por três voltas até
Schumacher ter que fazer o segundo pit stop no final da corrida, por conta dos
pneus desgastados. Schumacher tem sofrido para economizar pneus nas corridas.
Seu estilo não combina com isso. Rainkkonen mais uma vez foi ao pódio em
terceiro, mostrando que voltou em grande forma.
O dez primeiros foram Button,
Vettel, Raikkonen, Hulkenberg (outro que faz um bom campeonato), Massa, Webber,
Schumacher, Vergne, Ricciardo e Di Resta.
Button mostrou que a McLaren tem
um ótimo carro para segunda parte do campeonato e coloca seu companheiro
Hamilton sob pressão. E Hamilton absorve esta pressão. Reclamou de que Button
teve um carro melhor e publicou foto da telemetria em sua conta no Twitter. O time não gostou e Lewis teve que retirar a imagem (sigilosa, diga-se de
passagem), do seu microblog. Pegou mal.
Foi uma excelente corrida,
rivalizando com a de Valência como a melhor do ano. Só faltou briga pela
primeira posição. Acho que Button ficou com tédio de tão fácil que foi.
Agora é esperar por mais uma
excelente corrida em Monza com suas longas retas, propícias para uso do DRS e
muitas ultrapassagens. A corrida do ano passado foi muito boa.
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